Violência no Colégio Militar
Ministério Público (MP) acusou ontem oito alunos do Colégio Militar por seis crimes de maus tratos alegadamente cometidos no interiordaquela instituição de ensino no ano lectivo de 2006/07 e no princípio de 2008.As vítimas eram colegas mais novos.
Segundo a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa, os arguidos agora acusados eram, à data dos factos, "estudantes do último ano do Colégio Militar, graduados e/ou comandantes de companhia ou secção".
O despacho final do inquérito, da responsabilidade do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, "faz a distinção entre os castigos com fins educativos inseridos no poder-dever de educação e correcção atribuído aos graduados e as situações de crime de maus tratos".
O crime de maus tratos temuma moldura penal de pena de prisão de um a cinco anos, se pena mais grave não lhe couber por força de outra disposição legal, segundo o Código Penal.
Exército reage
"Garantidamente estes arguidos são ex-alunos do Colégio", limitou- se a dizer à Lusa o coronel João Caetano, subdirector do Colégio Militar, remetendo qualquer comentário para o Exército.
O Exército adiantou ontem que os oito alunos do Colégio Militar acusados pelo MP deixaram o colégio nos últimos dois anos.
Já tinham sofrido sanções disciplinares e actualmente não fazem parte da instituição, afirmou, em declarações à agência Lusa, o porta-voz do Exército, tenente-coronel Hélder Perdigão.
O oficial referiu ainda que as alegadas agressões cometidas no Colégio Militar remontam a 2005 e 2007 e que aos alunos agora acusados pelo Ministério Público foi levantado, "à data, um processo de averiguações, que caminhou para processo disciplinar e culminou numa suspensão aplicada pela própria instituição".
"A componente militar de todo este processo terminou aqui", ressalvou o tenente-coronel Perdigão, sustentando que "houve uma falta no normal funcionamento dos alunos no Colégio Militar" e que esta "é a conduta normal em casos destes".
Em Maio passado foi ordenada uma inspecção conjunta dos Ministérios da Defesa e da Educação, realizada pelas respectivas inspecções-gerais, para investigar alegadas agressões a alunos do Colégio Militar e do Instituto dos Pupilos do Exército.
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